De acordo com Erin Woo, Durante uma audiência recente sobre o suposto monopólio da busca do Google, revelações surpreendentes vieram à tona. Depoimentos e e-mails internos apresentados mostram que o Google está usando dados da própria busca para treinar seus modelos de linguagem base (LLMs), como o Gemini, e alimentar recursos como o AI Overviews.
Essas informações foram expostas pelo advogado Karl Herman, do Departamento de Justiça dos EUA, que está construindo o argumento de que o Google usa sua posição dominante na busca para impulsionar seus produtos de inteligência artificial, ampliando ainda mais seu poder de mercado.
O que exatamente o Google está fazendo?
Em um e-mail interno citado na audiência, um funcionário do Google afirmou que os sinais da busca (search signals)serão “muito úteis para dar mais peso a páginas confiáveis e reduzir o peso de páginas spam ou não confiáveis” no treinamento do Gemini.
Além disso, o diretor sênior de engenharia Phiroze Parakh confirmou em depoimento que:
- Modelos como o que alimenta o AI Overviews foram pré-treinados com dados da busca do Google.
- Outro modelo, diferente, foi treinado com base no comportamento do usuário para decidir quando o AI Overviews deve ser exibido.
Em resumo: o Google não apenas está usando seus dados de busca para treinar modelos de IA, como também está decidindo dinamicamente quando exibir os resumos gerados por IA com base na interação do usuário.
O que isso muda para quem trabalha com SEO?
A confirmação de que o Google está:
- Pesando mais páginas confiáveis;
- Desvalorizando conteúdo considerado “spam”;
- Usando comportamento de clique e engajamento para decidir quando mostrar IA;
… muda completamente a forma como devemos encarar a presença nos resultados de busca.
Como “sumir” com os AI Overviews?
Se o AI Overviews aparece apenas quando o sistema entende que ele entrega mais valor que os resultados orgânicos, então a lógica inversa também é verdadeira:
Melhore a performance do seu próprio conteúdo, e o Google pode não acionar a IA.
Dicas práticas:
- Otimize seu CTR (click-through rate) com títulos chamativos e descrições atraentes;
- Crie conteúdo realmente útil, com autoridade e profundidade;
- Evite práticas que possam ser interpretadas como spam ou manipulação de rankings;
- Aumente o tempo de permanência na página e reduza a taxa de rejeição.
IA, SEO e o Futuro da Busca
Com essa revelação, fica evidente que as fronteiras entre busca orgânica e inteligência artificial estão desaparecendo. O próprio Google está se apoiando nos dados da busca para alimentar suas IAs — e isso significa que cada clique, cada permanência, cada sinal de qualidade do seu conteúdo conta mais do que nunca.
Portanto, o jogo mudou. E quem quer se destacar na era da IA do Google precisa investir pesado na construção de autoridade, relevância e confiança.