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segunda-feira, maio 19, 2025
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Google Discover: quedas não se devem a anúncios de bets ou problemas isolados de UX

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Veja também: Editores franceses recebem ação manual por falta de transparência impactando Google Discover e Google News

As recentes e generalizadas quedas de tráfego provenientes do Google Discover têm gerado um turbilhão de teorias e especulações na comunidade de SEO e entre editores de conteúdo.

Em meio à busca por respostas, surgiram alguns mitos, como a ideia de que os sites mais afetados seriam aqueles com excesso de anúncios de apostas (bets) ou problemas pontuais de experiência do usuário (UX). No entanto, a realidade parece ser bem mais complexa e sistêmica.

Desmistificando teorias: o impacto é generalizado

É crucial salientar que as quedas no tráfego do Discover não estão se restringindo a um nicho específico de sites ou a portais com práticas questionáveis. O impacto tem sido sentido em todo o mercado, atingindo desde grandes portais de notícias até blogs de nicho altamente especializados. Em muitos casos relatados, os sites que sofreram perdas expressivas sequer veiculavam anúncios de apostas ou apresentavam problemas óbvios de UX que justificassem uma penalização tão drástica e repentina.

Isso sugere que a raiz do problema não reside em fatores isolados ou em “erros” individuais dos editores, mas sim em mudanças mais profundas na forma como o Google Discover seleciona e distribui conteúdo.

Google em meio aos mitos sobre quedas do Discover

Explorando possíveis causas sistêmicas

Embora o Google mantenha seus algoritmos em grande parte como uma “caixa-preta”, algumas hipóteses e observações do mercado podem nos ajudar a entender o que pode estar acontecendo:

1. Ausência de sinais de hipersegmentação e o fim do “efeito TikTok” no Discover

Por um tempo, o Google Discover parecia operar com uma dinâmica que lembrava a viralização de conteúdo em plataformas como o TikTok: um artigo poderia “explodir”, atingir um público vasto e trazer consigo um volume massivo de tráfego, mesmo que não fosse estritamente alinhado com os interesses de longo prazo de todos os usuários impactados.

  • O que pode ter mudado: Há indícios de que essa capacidade de “viralização ampla” dentro do Discover foi reduzida ou recalibrada. O algoritmo pode estar priorizando uma correspondência mais estrita e talvez menos experimental entre o conteúdo e os sinais de interesse do usuário, resultando em menos “explosões” de tráfego e uma distribuição mais contida. O “efeito TikTok”, onde um conteúdo transcendia seu nicho imediato e ganhava tração viral, parece ter se perdido ou diminuído consideravelmente no Discover. Isso não significa necessariamente uma hipersegmentação refinada, mas talvez uma aversão maior a riscos ou uma mudança nos gatilhos de distribuição em massa.

2. A “Teoria dos Slots” e a concentração de visibilidade

Outra teoria que tem ganhado força é a dos “slots” de conteúdo. A ideia é que, para determinados temas ou tipos de consulta implícita que alimentam o Discover, o Google pode estar optando por dar preferência ou visibilidade a um número muito limitado de players ou fontes.

  • Como funcionaria: Em vez de uma distribuição mais pulverizada de conteúdo de diversas fontes, o Discover poderia estar “escolhendo” alguns poucos domínios ou artigos para serem as principais referências para certos tópicos ou interesses dos usuários.
  • A consequência: Se o seu site não fizer parte desse seleto grupo de “escolhidos” para um determinado conjunto de interesses, ele simplesmente fica de fora da distribuição significativa de tráfego para esses usuários, independentemente da qualidade individual de um artigo específico.

Uma certeza: é uma mudança de produto, não uma questão editorial

O que parece cada vez mais claro é que as flutuações no Discover são menos sobre penalidades a sites individuais por falhas editoriais específicas e mais sobre uma mudança fundamental no próprio produto Google Discover. A forma como o Google decide o que mostrar, quando mostrar e para quem mostrar está passando por uma recalibração.

Isso significa que, embora manter a qualidade do conteúdo e uma boa UX seja sempre fundamental, a solução para as quedas de tráfego do Discover pode não estar apenas em “consertar” algo no seu site, mas em entender e se adaptar (se possível) a essa nova lógica de distribuição do Google.

A importância de compartilhar informações e o convite à colaboração

Neste cenário de incertezas e mudanças rápidas, a boa informação e a colaboração entre profissionais são mais cruciais do que nunca. Compreender a extensão e as nuances dessas quedas de tráfego requer a coleta e análise de dados de diversas fontes.

Convidamos todos os editores, profissionais de SEO e criadores de conteúdo que foram impactados pelas mudanças no Google Discover a compartilharem suas experiências e dados. Se o seu site sofreu uma queda inexplicável de tráfego do Discover, ou se você tem insights e observações relevantes, [envie-nos suas informações através do nosso site/formulário de contato]. Você também pode entrar em contato a partir do nosso LinkedIn.

Estamos cobrindo este problema de forma ampla e contínua, e todos os dias surgem novidades e novas análises. Quanto mais dados e relatos tivermos, melhor poderemos entender o que está acontecendo e, quem sabe, encontrar caminhos para mitigar os impactos e nos adaptar a esta nova realidade da distribuição de conteúdo pelo Google.

Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de SEO, tendo participado de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone, além de Portais de Noticia, como Folha Dirigida e Central da Toca.

É fundador do "Não é Agência!"

Willian Porto
Willian Portohttps://naoeagencia.com.br
Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de SEO, tendo participado de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone, além de Portais de Noticia, como Folha Dirigida e Central da Toca. É fundador do "Não é Agência!"

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