Nos últimos anos, as páginas de resultados de busca do Google (SERPs) passaram por uma transformação drástica, evoluindo de listas orgânicas simples para verdadeiros centros de compras repletos de painéis, carrosséis e filtros. Para quem trabalha com ecommerce, entender esse ecossistema é crucial: não basta mais ranquear bem organicamente, é preciso conquistar espaço em recursos especializados e oferecer experiências ricas ao usuário.
Pensando nisso, Aleyda Solís apresentou no último SEOWeek um painel completo sobre o tema. Trouxemos os principais pontos para você.
Veja abaixo um panorama completo e estratégias práticas para se destacar.
Evolução das SERPs de produtos
Hoje, as SERPs de produtos do Google funcionam como páginas de categoria de um ecommerce (PLPs), trazendo:
- Sidebar de filtros por categoria, preço, marca e avaliações
- Carrosséis de produtos que exibem itens populares ou em promoção
- Painéis de conhecimento (Product Knowledge Panels) com informações detalhadas
- Navegação por tópicos que guia o usuário a subsegmentos do catálogo
- Seções de ofertas (Deals) em destaque
- Conteúdo especializado, como guias de compra e avaliações de usuários (UGC)
Essa “vitrine híbrida” força as marcas a repensarem a construção de suas páginas de produto (PDPs) e a diversificarem fontes de tráfego.
Mudanças na visibilidade orgânica
- Queda nos resultados orgânicos “puros”
Em praticamente todas as 15 grandes verticais — de eletrônicos a moda — a presença de listagens orgânicas tradicionais diminuiu, tanto em mobile quanto em desktop. - Ascensão de fóruns e comunidades
Conteúdos de plataformas como Reddit e Quora tiveram crescimento superior a 100% ano a ano, sinalizando que os usuários buscam cada vez mais opiniões de pares. - Principais recursos por dispositivo
- Mobile: imagens (83,6%), avaliações (81,9%), mini-thumbnails (81,6%) e vídeos (80,9%)
- Desktop: mini-thumbnails (81,0%), vídeos (79,3%), “People Also Ask” (72,3%) e carrossel de produtos (67,4%)
- Visões gerais por IA (AI Overviews)
Ainda tímidas, aparecem em apenas 2,3% das SERPs mobile e 7,1% das desktop, mas mostram forte crescimento anual.
Esses elementos deixam claro que ranquear apenas em listagens orgânicas não é mais suficiente: é preciso abraçar formatos visuais, interativos e alimentados por IA.
Impacto no comportamento de cliques
- Zero-click searches
A proporção de buscas que não geram cliques cresceu em 12 das 15 verticais, ultrapassando 65% em categorias como “laptop” e “jeans” e chegando a +4,6% em “headphones”. - Ganhadores e perdedores
- Ganhadores: sites de UGC e redes sociais (Reddit, Instagram, TikTok) tornaram-se destinos de clique preferenciais.
- Perdedores: grandes varejistas (Macy’s, Target) e publicações generalistas (TechRadar, Guardian) viram tráfego despencar.
- Long tail de PDPs
Apesar da força dos PLPs, há um “rabo longo” de páginas de produto que continuam a capturar cliques — especialmente aquelas ricas em vídeos, avaliações e FAQ.
Desafios dos SEOs de ecommerce
Segundo o relatório, 69% dos profissionais consideram mais difícil atingir metas de SEO do que em anos anteriores, apontando:
- Barreiras técnicas para implementar conteúdos dinâmicos e interativos
- Falta de alinhamento interno entre times de produto, desenvolvimento e marketing
- Competição acirrada por espaços em novos recursos de SERP
Para driblar esses obstáculos, é fundamental investir em automação e processos claros de produção de conteúdo.
3 passos importantes para vender mais em 2025
- Otimizar profundamente as PDPs
- Assegure indexabilidade (evite renderização puramente cliente-side)
- Enriqueca cada produto com descrições únicas, especificações detalhadas, avaliações, Q&A, vídeos e carrosséis de produtos relacionados
- Utilize IA e ferramentas de workflow (p.ex. AirOps, WordLift) para escalar sem perder qualidade
- Fortalecer a autoridade de marca
- Produza conteúdo informacional e comercial que posicione sua marca como referência
- Aproveite guias de especialistas e UGC para conquistar espaço em painéis de conhecimento e seções de “tópicos relacionados”
- Monitorar visibilidade e share de cliques
- Acompanhe a presença em recursos de SERP (via GSC e plataformas como Advanced Web Ranking)
- Configure alertas para alterações críticas em features e variações de tráfego por dispositivo e região
- Estabeleça cultura de testes A/B contínuos para reagir rapidamente a novas oportunidades
Em 2025, conquistar posições no Google é muito mais do que ranquear na primeira página: é disputar espaços em filtros avançados, carrosséis, painéis de IA e comunidades de usuários. Marcas que investirem em PDPs robustas, autoridade sólida e monitoramento inteligente, aliando automação e IA, estarão no colo do consumidor em um mercado cada vez mais competitivo.
Quer conferir o conteúdo completo da Aleyda? Confira aqui.
Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Noticia, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.