O comportamento dos usuários está em mudança e o Google busca sempre acompanhar essa movimentação e oferecer o melhor para os usuários e se manter o primeiro no mercado. Nos últimos meses, o Google começou a oferecer o Google IA Mode para os usuários estados-unidenses.
Disponível ainda somente nos Estados Unidos, o Google IA Mode deve chegar em breve ao Brasil e para os usuários de língua portuguesa. Uma prova disso é que, recentemente, o Google IA Mode passou a responder às buscas em língua portuguesa.
A recente implementação de pesquisa é construída em cima do Gemini, o modelo de LLM do Google, que combina buscas na internet com a geração de respostas ao usuário direto na SERP, sem a necessidade de cliques e acessos aos sites.
Como em todas as atualizações do Google, os profissionais de SEO estão em busca de informações para entender o impacto desse novo modo de pesquisa e como será possível elaborar novas estratégias para continuarem levando tráfego para seus sites.

O que é o query fan-out?
Um dos novos termos para os profissionais de SEO aprenderem é o “query fan-out”. Segundo Mike King, CEO e fundador da agência de SEO iPullRank, o query fan-out é o seguinte:
“Quando um usuário pesquisa no Google AI Mode, o modelo de IA “quebra” essa busca em várias buscas menores que sejam relativas ao assunto buscado. Query fan-out são as buscas dos subtópicos sobre o tópico de interesse do usuário”.
Essas buscas secundárias acontecem sem o usuário perceber. O modelo de IA do Google busca as informações na internet relativas ao assunto da pesquisa para gerar a melhor resposta.
“O usuário não perguntou quando realizou a pesquisa, mas o modelo de IA já está prevendo que toda essa informação será necessária para dar a melhor resposta”, é o que afirma Adithya Hemanth, SEO lead na agência de marketing Incubeta.
Esse tipo de mecanismo permite que o Google IA Mode lide bem com pesquisas longas e complexas. Por exemplo, se um usuário digitar “organize uma viagem para uma família de 5 pessoas pelo litoral do Brasil”, o query fan-out pode trazer pesquisas como “atividades divertidas para famílias”, “melhores lugares para conhecer no litoral” e “dicas para viajar com a família”.
A ideia do query fan-out é antecipar o que os usuários podem perguntar em breve e fazer com que os usuários continuem interagindo com a ferramenta.
Como isso muda o jogo?
As buscas tradicionais são baseadas em palavras-chave, uma busca com um termo é utilizada para mostrar uma série específica de resultados. Com o Google AI Mode, essa mesma busca vai desencadear uma série de pesquisas e resultados, sempre em busca da melhor resposta para o usuário.
Ou seja, se antes somente um site era utilizado para dar a resposta, agora vários sites poderão ser utilizados para a construção da melhor resposta possível para o usuário.
Vale lembrar que o Google não comentou sobre quais são as pesquisas que acontecem no query fan out a partir da pesquisa original.
Segundo Mollie Ellerton, head de SEO da agência de otimização digital Hookflash, “estamos lidando muito com o desconhecido. Estamos otimizando para o desconhecido”.

O que impacta para a mídia?
Com as aplicações IA respondendo às dúvidas dos usuários direto na SERP, já é possível observar uma queda expressiva nos acessos orgânicos. Os usuários não clicam mais nos chamados “blue links” para acessarem as informações.
Mesmo alguns usuários que desejem um conhecimento mais profundo sobre um determinado tópico vão clicar em um dos sites referenciados na resposta da IA, eles não são uma parcela muito grande. A maioria dos usuários está satisfeito com os resultados apresentados diretamente na SERP pela IA.
A era da IA mudou o objetivo da otimização dos conteúdos. Se o objetivo antes era a otimização para termos específicos, hoje o maior objetivo é criar o máximo de conteúdo útil e relevante sobre um tópico.
Essa movimentação pode fazer com que muitos canais de mídia financiados por meio de ads, ou seja, precisam do tráfego para terem uma receita, declarem falência nos próximos meses ou anos. O Google e outras ferramentas de IA estão utilizando os conteúdos desses portais sem enviar tráfego para eles, minando a possibilidade desses portais sobreviverem.
O CEO do Cloudflare, Matthew Prince, comentou sobre esse assunto durante a sua participação no programa Squawk Box, da rede televisiva CNBC:
“Há 10 anos, para cada duas páginas que o Google rastreava, ele mandava ao menos uma visita para o criador de conteúdo. Hoje, mesmo sem o aumento de rastreios por parte do Google, são necessárias quinze páginas rastreadas para cada visitante.”
Como otimizar para Google AI Mode?
O Google ainda não está compartilhando dados sobre o query fan-out. Muitos especialistas estão utilizando ferramentas de terceiros, como AlsoAsk, e o Semrush para terem um direcionamento para a criação de conteúdos.
Também é uma ideia buscar referências de conteúdos, dados e insights em fóruns como o Reddit e o Quora, e até mesmo no TikTok, para entender o que os usuários estão buscando.
Outra necessidade é sair da mentalidade de cliques para ter uma visão de visibilidade nos mecanismos de pesquisa de IA, no entanto, além do Semrush, não existem muitas ferramentas assim ainda.
Além disso, algumas recomendações para os times editoriais para conteúdos e notícias são a criação de conteúdos claros e fáceis de serem compreendidos pelas IAs, conversamos com o Erich Casagrande sobre isso.
Os sites também precisam focar na criação de tópicos e subtópicos para responder às mais diversas questões levantadas pelos usuários, e que provavelmente vão estar na jornada de pesquisa. Será preciso identificar as palavras-chave potenciais e dividir os subtópicos claramente em parágrafos diferentes, para aumentar a possibilidade desses conteúdos serem utilizados pelo Google.
Por exemplo, se a sua palavra-chave foco for “viagem para Salvador”, o seu conteúdo precisa tratar de questões como “o que fazer em Salvador”, “melhores hotéis em Salvador”, “voos para Salvador”, etc.
“Como ainda não é possível saber ao certo o que está sendo pesquisado no Google AI Mode, porque o Google não compartilha os dados, é preciso trabalhar com as informações que temos”, afirma Adithya Hemanth.
Gabriel Saldanha é especialista em SEO e marketing digital, com foco em crescimento orgânico, dados e performance. Atua ajudando empresas a atrair mais tráfego qualificado e converter resultados no digital.
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