Todo mundo que trabalha com SEO já teve que explicar pronuncias por aí. Até então, nenhuma novidade. Entretanto, ver conteúdo noticioso confundindo um dos líderes de uma corporação com o profissional que cuida da aquisição orgânica é mais difícil.
Embora a pronúncia possa embolar às vezes, CEO e SEO são profissionais muito distintos, levando a interpretações completamente diferentes.
Em cenário em que parte das redações tem sido substituídas por IA, em alguns casos, podemos dizer que os jornalistas e redatores não fariam tanta falta assim.
Vale ressaltar que o site é um dos mais vistos do Brasil em notícias, ocupando a posição 9 no ranking da Similarweb:

Isso gera uma série de perguntas.
Google escolhe os melhores sites?
Embora o Google se esforce para ser a principal fonte de informação, a noção de que seus algoritmos “escolhem os melhores sites” é cada vez mais questionável. Em um cenário onde a velocidade da informação e a proliferação de conteúdo gerado por IA se intensificam, os algoritmos da gigante de buscas têm demonstrado falhas significativas em discernir a qualidade e a veracidade das páginas, especialmente no que tange a notícias e informações críticas.
Recentemente, a ascensão de notícias falsas, a priorização de conteúdo de baixa qualidade ou meramente otimizado para motores de busca (SEO-first, e não user-first), e a dificuldade em lidar com o volume de dados imprecisos ou manipulados, evidenciam que a “escolha” algorítmica está longe de ser infalível. Casos notórios de desinformação ganhando destaque nas pesquisas e a própria admissão implícita do Google, através de constantes atualizações de seus algoritmos (como o “Helpful Content Update”), para tentar corrigir essas deficiências, reforçam que a busca por conteúdo útil e confiável é um desafio contínuo e muitas vezes frustrante para o usuário.
Em um momento em que a credibilidade do jornalismo e da informação digital está em jogo, confiar cegamente nos algoritmos do Google para filtrar o “melhor” se mostra um risco. A realidade é que, apesar de todo o avanço tecnológico, a superfície da web ainda é um terreno fértil para conteúdo enganoso e de baixa qualidade que, por vezes, burla as diretrizes do Google e alcança posições de destaque. Essa é uma preocupação crescente, não apenas para profissionais de SEO, mas para qualquer cidadão que busca informações confiáveis em um ambiente digital cada vez mais complexo e saturado.
Futuro do jornalismo
O jornalismo tradicional enfrenta um futuro incerto em meio à ditadura da audiência a qualquer custo. A busca incessante por cliques e engajamento online, impulsionada por algoritmos que priorizam a viralidade sobre a veracidade, tem remodelado as prioridades das redações de forma preocupante. Nesse cenário, pilares fundamentais da prática jornalística, como a revisão rigorosa, a originalidade do conteúdo e a profundidade da pesquisa, são relegados a segundo plano, em detrimento da velocidade e do sensacionalismo.
O resultado é um ecossistema de notícias onde a informação superficial, as manchetes “caça-cliques” (clickbait) e a replicação de conteúdos proliferam, enquanto o jornalismo investigativo e analítico, que exige tempo e recursos, perde espaço. A pressão por números cria um ciclo vicioso: menos investimento em apuração de qualidade leva a um conteúdo menos diferenciado, que, por sua vez, luta para se destacar em meio ao ruído, resultando em mais desespero por cliques.
A inteligência artificial, embora com potencial para otimizar processos, também pode exacerbar essa tendência se não for empregada com responsabilidade. A geração automatizada de textos e a curadoria algorítmica de notícias podem diluir ainda mais a autoria, a profundidade e a originalidade, tornando a distinção entre o jornalismo de fato e o mero conteúdo replicado cada vez mais tênue.
Em um mundo onde a desinformação se espalha rapidamente e a capacidade crítica da audiência é constantemente desafiada, o jornalismo de qualidade é mais necessário do que nunca. A questão crucial para o futuro é se as empresas de mídia e os próprios profissionais conseguirão resistir à lógica predatória do clique e reafirmar o valor da informação apurada, original e bem contextualizada, mesmo que isso signifique sacrificar parte da audiência imediata em prol da credibilidade e da relevância a longo prazo.
Será que o público, por sua vez, valorizará e apoiará financeiramente um jornalismo que prioriza a verdade sobre o espetáculo?
De qualquer forma, esse tipo de conteúdo, facilmente replicado, será um dos primeiros a ser plenamente substituído pelas ferramentas e buscadores.
Procurada, até o momento, a Click Petróleo e Gás não respondeu aos nossos questionamentos.
Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.
- Willian Portohttps://naoeagencia.com.br/author/naoeagencia/
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