Como funcionam as “Fontes Favoritas” do Google? Veja nosso teste em português e entenda o que fazer para aproveitar o recurso quando chegar no Brasil

Willian Porto
4 Min Read

Embora os portais devam encarar com certo ceticismo, devem criar campanhas para que seu público escolha as fontes

Destaques
  • É possível fazer testes em português
  • Com a ferrmenta, o Google mostra sua incapacidade em gerar bons resultados
  • Se adotada, a ferramenta pode dificultar a vida dos portais iniciantes
  • Quando chegar ao Brasil, os publishers devem incentivar a adoção

O Google anunciou o lançamento da ferramenta de Fontes Favoritas recentemente. Há alguma semanas, mostramos um pouco dos testes.

Com a ferramenta, o público pode escolher suas fontes de notícias favoritas e ser mais exposta a elas. Ou seja, a promessa é que as pessoas vejam mais os conteúdos dos sites que elas já gostam.

Testes em português

Agora, conseguimos mostrar um pouco do funcionamento em português, com uso de VPN. Nesse momento, conseguimos selecionar apenas Folha de São Paulo e Diário Carioca como fontes favorita, uma vez que o sistema ainda não está disponível no Brasil.

O primeiro passo foi selecionar as fontes em português:

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Página que mostra a seleção das principais fontes

Depois, tentamos fazer buscas em português com VPN ligada. Conseguimos os resultados esperados:

Observe que, agora, Folha de São Paulo ocupa lugar de destaque na busca, junto a um símbolo que indica a fonte escolhida:

Pesquisa mostra Folha de S. Paulo destacada

Em outros momentos, abaixo das “Top Stories” (Principais Notícias), vemos uma parte dedicada às fontes favoritas:

Quando não inclui no primeiro destaque, cria um espaço dedicado às fontes escolhidas

O botão “More from your sources” mostra mais conteúdos relacionados das fontes escolhidas:

É possível acessar ainda mais conteúdos da fonte desejada

Quais são as expectativas para o recurso?

A adoção do recurso deve ser vista com cautela. Há uma série de desafios, do ponto de vista de comportamento do consumidor, a serem vencidos para fazer com que as pessoas escolham suas fontes.

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Mais do que isso, as pessoas devem ser lembradas de revisitarem o mecanismo e atualizarem com o passar do tempo, o que tende a não ser tão provável. Vale lembrar que as pessoas pouco têm clicado em resultados de pesquisa. Imaginar que elas, em massa, vão escolher fontes e atualizá-las com frequência é um caminho complexo hoje.

O que há por trás da decisão do Google?

Há poucos dias, mostramos que até mesmo bets tem aparecido como resultados de notícias. Num cenário em que o Google tem sérias dificuldades em trazer conteúdo noticioso relevante e confiável, colocar nas mãos do usuário a decisão pode ser um caminho viável para a empresa. Por outro lado, escancara a dificuldade dela em conseguir gerar bons resultados para as pessoas.

Além disso, outros aspectos precisam ser considerados.

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Em primeiro lugar, em uma hipotética adoção em massa da solução, mais uma vez os pequenos portais devem levar a pior. Como são menos conhecidos, menos pessoas devem escolhê-los, ajudando na conservação do status-quo dos portais.

Dessa forma, novos portais precisariam ter alguma audiência para conseguir ter resultados orgânicos maiores, o que não parece ter muito sentido.

Outro ponto é a manutenção das opiniões. Se as pessoas escolhem os veículos que já estão acostumadas, o Google age de forma conservadora na entrega de conteúdo. Com menos contrapontos, há menos oportunidades do público conhecer novos pontos de vista e moderar suas visões.

E quanto aos portais?

Ainda que com algum ceticismo quando as resultados, os Publishers devem pensar em campanhas para que as pessoas selecionem suas fontes. O mecanismo colocará sua audiência mais próxima do seu portal, aumentando as chances de que ela visite mais vezes o seu site.

Publisher e Especialista em SEO | Web |  + posts

Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.

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