O cenário do consumo de notícias no Brasil passou por uma transformação radical na última década, e o relatório Digital News Report 2025, do Reuters Institute, detalha essa nova realidade. Os brasileiros estão cada vez mais digitais, móveis e dependentes das redes sociais para se informar, enquanto a mídia tradicional, como a televisão e os jornais impressos, enfrenta um declínio acentuado.
- A transformação digital: online e mobile dominam o acesso à informação
- Monetização
- Ranking das fontes de notícia: quem os brasileiros mais acompanham?
- Redes sociais como porta de entrada para as notícias
- A confiança na mídia: um cenário de estabilização em níveis baixos
- Temas em destaque: polarização, IA e o embate entre Musk e Moraes
- Os desafios atuais
Vamos analisar os principais dados e tendências que definem como o Brasil consome informação hoje.

A transformação digital: online e mobile dominam o acesso à informação
A principal mudança é clara: o ambiente digital é o novo padrão. Segundo o relatório, 78% dos brasileiros utilizam fontes online (incluindo sites, redes sociais e aplicativos) para se manterem informados. O principal motor dessa mudança é o smartphone, que se consolidou como o dispositivo preferido para 82% da população.
Enquanto isso, as fontes tradicionais perderam espaço significativamente desde 2013:
- Televisão: Embora ainda relevante, seu consumo como fonte de notícias caiu de 75% para 46%.
- Mídia Impressa: Vive o declínio mais drástico, caindo de 50% para apenas 10%.

Monetização
Outro dado relevante é que 17% dos brasileiros afirmam pagar por notícias online, um número que indica um nicho de mercado em crescimento, mas ainda minoritário.
Isso significa que os Publishers ainda são dependentes da publicidade como forma de financiar o jornalismo. Nesse sentido, o Discover ainda continua sendo um canal importante.
Ranking das fontes de notícia: quem os brasileiros mais acompanham?
Apesar da queda na audiência da TV como meio principal, as marcas televisivas continuam a ter um forte alcance, especialmente quando se combina sua presença offline e online.
As marcas com maior alcance semanal são:
- TV Globo e Globo.com: Liderança absoluta, alcançando 41% da população pela TV e 32% online.
- SBT (SBT News): Forte presença na TV (23%).
- UOL: Um dos portais mais acessados, com 27% de alcance.
- Record (Record News): Destaque tanto na TV (19%) quanto online (19%).
- Band (Band News): Mantém uma base sólida com 19% na TV.
Marcas tradicionais de jornais, como Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, também figuram na lista, mostrando a força de seus portais digitais.

Redes sociais como porta de entrada para as notícias
As redes sociais e os aplicativos de mensagens não são apenas para entretenimento; eles se tornaram canais essenciais para a distribuição e o consumo de notícias. O YouTube lidera, seguido de perto pelo Instagram.
Ranking de uso de redes para notícias:
- YouTube: 37%
- Instagram: 37%
- WhatsApp: 36%
- Facebook: 28%
- TikTok: 18%
- X (antigo Twitter): 9%

A ascensão do TikTok (+4%) e a queda do Facebook (-1%) e estabilidade do X (-_%) indicam uma mudança no comportamento do público mais jovem, que prefere formatos de vídeo curto e plataformas visualmente mais dinâmicas.
A confiança na mídia: um cenário de estabilização em níveis baixos
A confiança geral nas notícias no Brasil se estabilizou, mas em um patamar baixo. Apenas 42% dos brasileiros afirmam confiar na maior parte das notícias na maior parte do tempo. Este índice é uma queda significativa em relação aos 62% registrados em 2015.

Entre as marcas, as mais tradicionais e ligadas ao jornalismo profissional tendem a gerar mais confiança. TV Globo, Band, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo estão entre as mais confiáveis, embora uma parcela considerável da população ainda se declare neutra ou desconfiada em relação a elas.
Temas em destaque: polarização, IA e o embate entre Musk e Moraes
O relatório também destaca que o ambiente de notícias no Brasil continua a ser moldado pela intensa polarização política. As investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o embate entre Elon Musk, proprietário do X, e o Ministro do STF Alexandre de Moraes são temas centrais que dominam o debate público.
A Inteligência Artificial (IA) começa a ser explorada pelas redações, como a do Grupo Globo, para tarefas como transcrição e produção de vídeos curtos, mas sua implementação ainda ocorre de forma lenta e gradual.
Os desafios atuais
O brasileiro de 2025 é um consumidor de notícias predominantemente digital, que acessa informações pelo celular e usa as redes sociais como seu principal filtro. O desafio para os veículos de comunicação é duplo: adaptar-se a essa nova realidade, monetizando seu conteúdo digital, e, ao mesmo tempo, trabalhar para reconstruir a confiança em um ecossistema midiático fragmentado e polarizado.
Isso está longe de ser banal. Trabalhar para monetizar conteúdo digital no momento em que as empresas têm tido mais dificuldades com o Google, principalmente as independentes e pequenas, não é simples.
Por outro lado, aproximar-se das suas bases, recuperando a confiança parece ser o caminho mais indicado no momento. Esse tem sido a opção de diversos Publishers, no Brasil e no mundo.
Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.
- Willian Portohttps://naoeagencia.com.br/author/naoeagencia/
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