Tráfego da Web em declínio: saúde é o setor mais afetado, diz The Economist; veja o que deve funcionar no futuro

Willian Porto
5 Min Read

O cenário da internet está passando por uma transformação drástica, e o tráfego da web está em declínio. A ascensão da inteligência artificial (IA) e o uso massivo de chatbots estão alterando fundamentalmente a forma como as pessoas interagem com a informação online.

Em vez de clicarem em links para lerem notícias, artigos ou blogs, os usuários agora recebem respostas diretas de plataformas como o ChatGPT e o Google AI, o que está causando uma queda alarmante no tráfego de websites.

Essa mudança de comportamento tem um impacto direto na economia da internet. A monetização, que historicamente dependia de anúncios e da venda de informações, está se tornando inviável para muitos produtores de conteúdo. Enquanto grandes veículos de mídia têm poder para negociar acordos de licenciamento com empresas de IA, a maioria dos sites menores não tem essa opção.

Neste conteúdo, repercutiremos e adicionaremos novos elementos à análise feita por The Economist.

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Declínio no tráfego e as áreas mais afetadas

De acordo com a Similarweb, uma empresa que monitora o tráfego de mais de 100 milhões de domínios, o tráfego de busca global (humano) caiu aproximadamente 15% no último ano.

Embora alguns nichos, como sites de hobbistas, não tenham sido tão afetados, outros foram duramente atingidos. As áreas de saúde e bem-estar são as que mais sofreram, com uma queda de 31% no número de visitantes. Outros setores também apresentaram perdas significativas:

  • Sites de Ciência e Educação: Perderam 10% dos visitantes.
  • Sites de Referência (como a Wikipédia): Perderam 15% dos visitantes.

Essa queda no tráfego representa uma perda de receita para empresas que dependem de publicidade ou assinaturas para se manterem financeiramente. Neil Vogel, chefe da Dotdash Meredith, que possui títulos como People e Food & Wine, afirma que o Google, ao usar conteúdo de terceiros para competir, “quebrou o acordo” de longa data que tinham.

The Economist mostra quais foram as áreas mais impactadas no último ano

Dr. Google foi substituído pelo ChatGPT

Um dos motivos para que a queda seja maior em Saúde é a prática comum de fazer perguntas ao ChatGPT sobre doenças, sintomas e remédios.

Nesse sentido, as pessoas, por vezes, enviam seus próprios exames e/ou sintomas para o ChatGPT em busca de análise completa, em vez de pesquisarem item por item no Google.

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Ou seja, hoje, as pessoas têm a expectativa de terem em uma única resposta os seus problemas, possíveis doenças e tratamentos.

Vale ressaltar que as pessoas não deveriam substituir o conselho médico pelo ChatGPT. Por se tratar de uma experiência conversacional, as pessoas podem ter maior tendência a confiar nos Chats de IA, mas eles ainda não são capazes de substituir profissionais capacitados e experientes em saúde.

O que isso indica aos portais de saúde?

Recentemente, fizemos uma breve análise de Tua Saúde. Por muitos anos, a estratégia geral do setor foi se ater às doenças, sintomas e interpretação de exames.

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Tua Saúde ainda exibe em sua homepage itens relacionados á doenças e exames; esse tipo de estratégia tem seu futuro incerto.

Provavelmente, agora, os conteúdos devem se mover para aspectos relacionados ao dia a dia das pessoas, como faz Uol Viver Bem:

Uol Viver Bem tenta trazer mais contexto aos conteúdos criados

Ainda assim, o cenário é complexo. As Big Techs apostam que os Chats de IA possam se transformar em assistentes de saúde. Inclusive, os próprios gadgets estão evoluindo para facilitar essa integração.

Nesse caso, a tendência é que as pessoas usem ainda mais IA para tirarem suas dúvidas de saúde de forma ativa. No polo passivo, elas devem receber recomendações e interagir com elas diretamente de seus dispositivos.

Além disso, diferentemente do conteúdo puramente noticioso ou de demais setores especializados, as IAs conseguem ter conteúdo nos artigos científicos para usar em seu treinamento e recomendações, o que diminui a dependência das Big Techs de material novo de creators e Publishers.

Por outro lado, vale a pena explorar outros canais, como o Youtube, para trazer conteúdo com contexto:

Observe que, mais uma vez, a comunicação de saúde está conectada ao contexto. Neste momento e, principalmente, no futuro, será difícil imaginar conteúdos genéricos tendo lugar ao sol.

Publisher e Especialista em SEO | Web |  + posts

Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.

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