Sundar Pichai alerta que plano do DOJ pode inviabilizar a pesquisa do Google
Sundar Pichai, CEO do Google, testemunhou nesta quarta-feira (30) na fase de soluções do processo antitruste contra a empresa. Em sua fala, Pichai foi direto: o plano proposto pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) pode ser tão prejudicial que colocaria em risco a continuidade do próprio motor de busca do Google.
Entenda a proposta do DOJ
Uma das propostas mais polêmicas do DOJ exige que o Google compartilhe seus dados de busca e seu índice com concorrentes a “custo marginal” — ou seja, praticamente de graça. Pichai classificou a ideia como “abrangente” e “extraordinária”, afirmando que isso permitiria que qualquer concorrente fizesse engenharia reversa completa da tecnologia do Google.
“Não está claro para mim como continuaríamos financiando toda a inovação que fazemos”, afirmou Pichai. “Se tivermos que doar tudo a um custo marginal, não sei como justificar os investimentos.”
Um risco à inovação, segundo o Google
O Google investiu cerca de US$ 49 bilhões apenas no último ano em pesquisa, inteligência artificial e outros projetos de tecnologia. Pichai argumentou que, se for obrigado a compartilhar a base tecnológica que sustenta seu buscador, a empresa perderá o incentivo para inovar.
“Se qualquer empresa puder copiar integralmente a nossa experiência de busca e tiver acesso a como a tecnologia funciona, isso destrói o nosso diferencial”, disse.
O governo quer “nivelar o campo de jogo”
Do lado oposto, o DOJ afirma que forçar o Google a compartilhar seus dados é a única forma de reduzir sua vantagem desproporcional no mercado de buscas. O órgão alega que o Google:
- Gasta bilhões para manter seu buscador como padrão em todos os dispositivos;
- Usa o navegador Chrome como canal de distribuição privilegiada;
- Se apoia em um “ciclo vicioso” de dados, dinheiro e relevância que o torna imbatível.
O Google, por sua vez, chama isso de “ciclo virtuoso” de qualidade e inovação.

Venda do Chrome também está na mesa
Outra medida proposta pelo governo é que o Google venda o navegador Chrome. Pichai, que liderou a criação do navegador antes de assumir como CEO, se opõe fortemente à ideia.
“Ninguém demonstrou o mesmo nível de comprometimento com a web como o Google. Investimos mais de US$ 1 bilhão só no ano passado no Chrome”, afirmou.
Ele ainda alertou sobre os riscos de colocar o navegador mais usado do mundo nas mãos de outra empresa:
“Eu me preocupo com o que o Chrome pode se tornar fora das nossas mãos.”
IA também entrou no debate
Todos os envolvidos no julgamento — advogados do DOJ, defesa e até o juiz Mehta — perguntaram sobre inteligência artificial. A grande preocupação é que o Google possa repetir o domínio que construiu na busca, agora na IA.
Pichai reforçou sua visão de que a IA será mais transformadora que o fogo ou a eletricidade. Questionado sobre a sobreposição entre chatbots e buscadores, ele foi cauteloso, dizendo que o mercado está se expandindo e que não é uma batalha de soma zero.
O acordo com a Apple e o Gemini
Outro ponto discutido foi a relação do Google com a Apple. O DOJ levantou que o Google busca integrar o Gemini à Apple Intelligence como uma das opções de IA no iPhone ainda em 2025. Pichai confirmou que esse acordo está em andamento.
Segundo ele, o Google já mudou suas práticas comerciais, aceitando não ser a única opção de busca, desde que não haja exclusividade.
O argumento final de Pichai
No fim, o testemunho de Pichai resumiu a defesa do Google: a empresa não domina por monopólio, mas por mérito — e agora o governo quer entregar gratuitamente o resultado desse trabalho a qualquer concorrente.
“Não está claro para mim como teríamos algum valor para nossa propriedade intelectual”, concluiu, “se tivermos que compartilhá-la a um custo marginal.”
DOJ e futuro do SEO
Talvez, futuros acordos do Google e o DOJ tenham um impacto maior no que conhecemos como SEO do que a própria Inteligência Artificial, no médio prazo.
Abrir o mecanismo de busca, vender o Android ou o Chrome teriam impacto rápido em toda estrutura da Internet.
Além disso, toda investigação nos leva a ter dados que podem ser ainda mais aprofundados sobre a empresa e decisões que foram tomadas no passado.
Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.
- Willian Portohttps://naoeagencia.com.br/author/naoeagencia/
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