O SEO morreu?

Willian Porto
8 Min Read

Por um lado, o SEO perdeu seu vigor. Por outro, continua valioso.

Destaques
  • O SEO perdeu seu vigor, a tendência é que os negócios sejam menores.
  • O SEO ainda corresponde a uma fatia importante
  • Dificilmente AEO, LEO, GEO etc. conseguirão substituir o SEO em importância
  • Não sabemos o futuro, precisamos ser flexíveis.

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As discussões sobre a morte do SEO são antigas. E, acredito eu, que todos os lados perdem pontos importantes da discussão.

Talvez você vá ficar com raiva de mim. Paciência.

Não, o SEO não morreu

O jornal não morreu.

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A TV não morreu.

O rádio não morreu.

Todos eles continuam vivos. É possível comprar jornais, inclusive físicos. É possível ver um programa de TV ou de rádio.

O rádio não matou o jornal. A TV não matou matou o rádio. A Internet não matou a TV. 

Esse tipo de argumento é um pouco etarista. Imagine dizer que uma senhora de 60 anos morreu, simplesmente, por precisar se aposentar ou fazer algo ligeiramente diferente do que fazia antes.

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Isso acontece com cada um dos casos. Todos eles passaram da sua juventude e da época de maior vigor, não significando que eles morreram.

O SEO é cheio de valor

Penso muito na TV. Quando falamos de branding, a TV, principalmente aberta, ainda entrega muito valor aos seus anunciantes. A audiência ainda é significante. Como dizer que morreu?

No caso de SEO, como dizer que um canal que leva 20, 30, 40% (ou até mais!) das conversões do seu site morreu?

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Se morreu, quem está levando esse resultado? Um fantasma?

Se morreu, provavelmente, ressurgiu ao terceiro dia.

O vigor do SEO se foi

Por outro lado, o vigor do SEO se foi.

É inegável que os melhores dias laborais do nosso SEO já passaram. A relação entre impressões e cliques é menor (e vai ser cada dia menor). Para piorar, a Web foi projetada para funcionar por cliques.

Ou seja, o valor agregado do SEO será cada vez menor. Os mais diversos portais têm maior dificuldade em trazer lucratividade para seus negócios. Quando conseguem manter a receita, estão felizes.

Na sexta-feira, no Congresso da Abraji, o Diretor de Jornalismo do Estadão, por exemplo, disse que é preciso pensar num mundo “pós-Google”. No mesmo evento, era comum ver palestrantes falando de técnicas de SEO num tom um tanto quanto de passado.

AEO, LEO etc. precisam se provar

Novos tipos de serviço têm aparecido com a promessa de renovar o que tem sido perdido com o SEO. Se o vigor antigo se perdeu, algo novo pode ocupar o lugar deixado.

Eu tenho muitas resistências com nas novas siglas por vários motivos:

Qual é o valor disso? 

Em primeiro lugar, os fanáticos dessas novas siglas precisam mostrar o valor monetário das suas estratégias.

Quanto eles conseguem trazer de valor para o negócio das pessoas? Sem bravatas, sem promessas… Tragam casos que possam ser replicáveis.

Temos vistos diversas pesquisas que correlacionam as aparições em Chats de IA com a pesquisa orgânica, além de mostrar que essas respostas são um tanto quanto instáveis.

Nesse sentido, o que as novas otimizações podem prometer aos seus futuros cliques? Que tipo de resultado mais duradouro pode acontecer?

Qual é o escopo disso?

Outro ponto a ser definido é o escopo único e diferenciado desse tipo de prática. O que esses profissionais fazem que já não é realizado por nenhum outro?

Aparições em portais é feito pela equipe de Relações Públicas, as equipes de Comunicação e Marketing tentam, ao máximo, aumentar e melhorar citações em comunidades abertas.

O que, de fato, essas pessoas vão fazer? Por quanto tempo?

Qual investimento disso?

Qual é um valor justo por algo que, até agora, não passa de elocubrações da mente de empresários e não tem escopo bem definido?

Com certeza, estará bem longe dos valores cobrados pelas agências de SEO e dos melhores profissionais do mercado.

O futuro do mercado

O SEO perdeu seu vigor, mas não todo seu valor. Continua sendo importante. E, provavelmente, continuará sendo por bastante tempo.

Mas, morrerá? Não sei.

Não gosto dos argumentos de que até quando existir buscador, existirá SEO. Talvez, isso funcione do ponto de vista de arte. Sempre existirão técnicas. Para o Tiktok. Instagram. iFood. Isso nunca vai morrer, de fato.

Mas quando falamos do SEO, normalmente, não falamos da arte. Falamos da profissão. Quanto um restaurante pagaria por otimizações de SEO no iFood? Quanto um perfil qualquer de Instagram pagaria?

Possivelmente, pouco. Me parece, inclusive, que essas futuras otimizações serão incorporada pelos devidos analistas. Os analistas de mídias sociais já saberão o que fazer para aumentar a capacidade de ser encontrado no Google.

Por outro lado, trabalhar na TV e no jornal impresso ainda é uma coisa. Pessoas ainda começam suas profissões no rádio. Por que deveria ser diferente com o SEO?

SEO é uma profissão decadente. E isso é um fato. Mas a maioria das profissões também é.

SEO pode morrer como profissão. Mas boa parte das profissões também pode.

E aqui, a resposta me parece ser a mesma para profissionais e empresas. Corra atrás de respostas para as perguntas, não atrás canais.

As empresas, a não ser que tenham quebrado, vão continuar procurando parcerias para aumentar a capacidade de gerar novos negócios. Então, você deve ajudá-las a encontrar as respostas. Se não for no SEO, onde será? 

Aqui está o ponto da questão. Ninguém sabe.

Por isso, não faz sentido ser o primeiro a ter algum tipo de resposta ou ser o primeiro a fazer algum tipo de nova otimização. Os negócios raramente premiam os primeiros a adotarem certo tipo de tecnologia, mas aqueles que tomam decisões mais duradouras.

Então, você empresa e você profissionais devem tomar a mesma atitude: flexibilidade. Enquanto o mercado não for claro para você, seja flexível. Se é um profissional de SEO, tente entender locais de valor (financeiro!) para atender clientes, sem deixar de atender seus projetos tradicionais. Aprenda e teste coisas novas. Entenda o que pode levar mais dinheiro para as pessoas.

Se você está na empresa, comece a testar novas coisas, sem deixar de lado o trabalho tradicional feito. Já investe em comunidades engajadas? Investe em conteúdo autoral e investigativo? Você pode começar por aí. Ter uma newsletter que as pessoas esperem por sua chegada.

Não se pode dizer que quem perdeu o vigor físico e mental morreu. Muitas pessoas chegam aos seus melhores dias nessa fase. Entretanto, é inegável que, mesmo essas pessoas tendem a procurar novas maneiras de viver com qualidade. Por outro lado, eles precisam ficar de olho em charlatões.

Ari se mostra cheio de saúde, testando novas coisas. Fonte: Divulgação



Com SEO deve ser a mesma coisa…

Publisher e Especialista em SEO | Web |  + posts

Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.

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