Há quase três semanas, o Google diminuiu a quantidade de clickbait exibida no Google Discover. Como mostrou o Mapa do Discover, as categorias tiveram menos conteúdo promovido pelo feed do Google.
Desde então, passamos a monitorar como alguns portais têm lidado com a nova realidade. De forma pouco surpreendente, muitos deles têm dobrado a dose, veja:
Feriado de 4 de agosto, que é na Argentina
De certa forma, estamos acostumados com os portais tratarem feriados municipais como federais em seu título, obtendo o clique a partir da falsa esperança dos trabalhadores para um folga.
Entretanto, usar o feriado na Argentina, talvez, tenha ido longe demais.

Frente fria inédita?
Tudo bem que esta semana foi bem fria para os paulistas. Mas onde está o ineditismo dela?

O que aconteceu?
Como dissemos, vários portais com conteúdo genérico tem sofrido quedas no Discover. Veja o caso de Diário do Comércio:

Qual a sustentabilidade dessas práticas?
Há diversos outros conteúdos polêmicos. Entretanto, a principal discussão é sobre como isso pode ser sustentável em médio e longo prazo. Além da possibilidade real de punição manual do Google, há um significativo atraso em relação às estratégias.
Ainda que esse tipo de prática possa ajudar a pagar as contas do mês, elas são pouco úteis para ajudar a pensar como o portal continuará a ser sustentável nos demais períodos.
Com a última atualização do Google, esse tipo de conteúdo se torna menos interessante ao algoritmo e, dessa forma, recebe menos visitas.
O cenário, complexo, coloca várias citações de difícil resposta.
- Portais têm histórico antigo para conseguir rentabilidade suficiente: mesmo antes dos anos 00 e da crescente da Internet, vemos portais fechando e a literatura versando sobre as dificuldades dos, então, periódicos
- Mesmo com alto tráfego, os portais ainda têm dificuldade em se manter
- Google tem fechado a torneira da audiência para muitos portais
- Como consequência, vários deles, optam por estratégias que fogem ao jornalismo tradicional
- Tal situação dificulta o complexo debate de remuneração das Big Techs ao conteúdo de qualidade.
Se, por um lado, o ambiente para os portais é inóspito, por outro, precisamos do mínimo de ética e de qualidade para que possamos lutar por direitos e justa rentabilidade. Caso contrário, como conseguiremos que as IAs paguem por conteúdo visivelmente enganoso?
Até o momento, não tivemos resposta do Diário do Comércio.
Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.
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