Ontem, mostramos um erro importante cometido pelo portal Terra. Uma publicação dizia que Veríssimo havia falecido. Hoje, depois de 48 horas depois da notícia ser publicada, ainda é possível sentir os efeitos do erro.
Google e algumas IAs continuam mostrando conteúdo factualmente falso, o que, além de desinformar, pode trazer ainda mais dor aos familiares do autor.
Isso exige mais responsabilidade dos portais e das tecnologias.
Veja como cada serviço se comportou.
O Google continua exibindo o Snippet anunciando a morte do autor, depois de 48 horas depois:
Nesse caso, o próprio Google deve ser responsabilizado. Depois de tanto tempo, ele deveria ser capaz de rever o posicionamento do snippet.
AI Overviews
Depois de dois dias, AI Overviews se alimentou com a primeira versão do texto e respondeu de forma afirmativa:
No caso do Google, usuários podem preencher um formulário pedindo atualização. Mas, em nossos testes, os resultados não foram tão rápidos como deveriam:
Bing
O Bing, por exemplo, dependendo da pergunta, dá uma resposta completamente incorreta:
Perplexity
Perplexity também disse que morreu:
Gemini e ChatGPT
Por outro lado, Gemini além de fornecer a informação correta, mostra que o boato anterior era falso:
ChatGPT, ao fazer pesquisas mais recentes na Web, também não caiu no erro:
Como mostramos no nosso texto de ontem, provavelmente, algumas medidas não foram tomadas pelo Terra.
Atenção redobrada
Na era da inteligência artificial, os erros de informação não ficam restritos ao veículo que os publica. Uma notícia equivocada pode ser replicada em buscadores e sistemas de IA em questão de minutos, ganhando alcance muito além do esperado.
Por isso, os Publishers precisam redobrar a checagem antes de apertar o botão de publicar. A responsabilidade é ainda maior: uma informação incorreta não compromete apenas a credibilidade imediata do portal, mas pode se espalhar por dias no ecossistema digital, alimentando algoritmos que nem sempre corrigem a rota rapidamente.
Os CMS, por exemplo, podem contar com dupla verificação antes da publicação, com intuito de evitar publicações acidentais. Além disso, cada redação deve contar com protocolos próprios para evitar que informações incorretas sejam publicadas.
Mesmo com os passos que mostramos na publicação anterior, os efeitos podem ser mais duradouros na IA. Por isso, precisamos de novos passos.
Responsabilização de IAs
Por outro lado, as IAs (e até mesmo o Google!) precisam contar com tratamento de informações incorretas de forma mais rápida. A comunidade não pode depender do próprio veículo ou dos formulários de Feedback (que, normalmente, não são solucionados de forma rápida). É necessário formulários que possam ser tratados em poucos minutos.
Procurado, o Google não enviou resposta oficial até a publicação da matéria. Ao receber a resposta, o conteúdo será atualizado.
Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.
