ChatGPT atinge marca de 2.5 bi de prompts diários; é possível compará-lo ao Google?

Willian Porto
4 Min Read

Com tantos prompts diários, a comparação com o Google é inevitável. Mas será que faz sentido?

Destaques
  • ChatGPT cresce nos últimos meses
  • O uso da ferramenta é distinto da Pesquisa tradicional
  • Entretanto, o Google tem batalhado para ser usado, na Pesquisa, de forma parecida ao GPT.

O ChatGPT da OpenAI emergiu como um gigante na paisagem digital, registrando um volume colossal de mais de 2.5 bilhões de solicitações diárias globalmente, com 330 milhões apenas de usuários nos EUA.

Esses números, confirmados pela OpenAI e obtidos pela Axios, traduzem-se em mais de 912.5 bilhões de prompts anuais, um crescimento vertiginoso que viu seus usuários semanais saltarem de 300 milhões em dezembro para mais de 500 milhões em março.

Esta ascensão meteórica não só sublinha a onipresença da Inteligência Artificial, mas também aponta para uma mudança fundamental na forma como os usuários interagem com a informação e a tecnologia.

ChatGPT vs. Google: é possível comparar?

Embora a escala do ChatGPT seja impressionante, é crucial contextualizá-la frente ao domínio do Google, que processa cerca de 5 trilhões de buscas anuais. À primeira vista, a diferença parece abissal. No entanto, uma análise mais aprofundada revela que a comparação direta em volume de “requisições” ou “prompts” pode ser enganosa devido às naturezas fundamentalmente diferentes de suas interações.

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Uma pesquisa recente da Semrush aponta que aproximadamente 70% dos prompts do ChatGPT não têm uma função de busca tradicional. Isso significa que a vasta maioria das interações com o chatbot envolvem atividades como:

  • Criação de conteúdo: Geração de textos criativos, roteiros, poemas, e-mails.
  • Edição e sumarização: Revisão de textos, reescrita, condensação de informações extensas.
  • Geração de código: Assistência para programadores na escrita e depuração de código.
  • Interações conversacionais: Companheirismo, brainstorming, discussões abertas sobre diversos tópicos.
  • Geração de imagens: Embora o ChatGPT em si seja textual, sua integração com modelos de imagem estende suas capacidades criativas.

De acordo com dados publicados pela HBR, os principais usos do ChatGPT são pessoais:

Tipos de uso da IA Generativa – Fonte: HBR

Em contraste, o Google Search tem sido tradicionalmente o portal para a descoberta de informações existentes na web. As intenções do usuário são predominantemente de “buscar” ou “navegar” por resultados que já existem. Essa distinção ressalta um comportamento de usuário diferente: no ChatGPT, o usuário frequentemente busca a criação ou transformação de informação, enquanto no Google, busca a recuperação de informação.

A “GPTização” da Busca

Apesar das diferenças atuais nos casos de uso, a linha entre a busca tradicional e as capacidades generativas de IA está se tornando cada vez mais tênue. O próprio Google está investindo pesadamente na integração de capacidades de IA generativa em seus produtos de busca, um movimento que poderia ser chamado de “GPTização da busca”.

Com o lançamento de recursos como o Search Generative Experience (SGE), o Google não apenas fornece links para resultados, mas também gera resumos, responde a perguntas complexas diretamente e facilita interações conversacionais dentro da própria busca. Essa evolução visa atender a uma gama mais ampla de intenções do usuário, incluindo aquelas que hoje são dominadas por chatbots de IA.

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A potencial incursão da OpenAI com um navegador web baseado em IA e ferramentas como o ChatGPT Agent, que pode completar tarefas no computador do usuário, demonstra a ambição da empresa em transcender a mera conversação e adentrar o território de produtividade e navegação que o Google há muito domina.

Em suma, o crescimento explosivo do ChatGPT e a diversificação de seus prompts indicam uma nova era na interação homem-máquina. Embora os usos ainda difiram substancialmente da busca tradicional do Google, a corrida para integrar IA generativa em ambos os lados sugere que, no futuro próximo, a fronteira entre “buscar” e “gerar” informações se tornará cada vez mais indistinta, redefinindo o que esperamos das plataformas digitais.

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Publisher do "Não é Agência!" e Especialista de SEO, Willian Porto tem mais de 21 anos de experiência em projetos de aquisição orgânica. Especializado em Portais de Notícias, também participou de projetos em e-commerces, como Americanas, Shoptime, Bosch e Trocafone.

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